jun 27 2016
O movimento teatral no Brasil em 1968
A conjuntura de 1968 é constituída de contextos contraditórios que têm origem mais imediatamente no pós-guerra, quando o mundo se reconstruía em polarizações do tipo capitalismo e socialismo, desenvolvidos e subdesenvolvidos, direita e esquerda. A industrialização da cultura, sob a liderança crescente da televisão, fez com que as distâncias geográficas parecessem ser menores, e as fronteiras geopolíticas mais facilmente transponíveis. As diferenças ganharam mais visibilidade, e junto com as dicotomias maniqueístas saltou à vista uma pluralidade eloqüente: não era mais suficiente ser simplesmente a favor ou contra alguma coisa, pois apareciam outras formas, não dicotômicas, de regular as relações e perceber o mundo. Em toda a parte, as minorias redefiniam-se, no conjunto, como maioria potencial, a dos jovens, por exemplo, e questionavam a normalidade da norma. A revolução, para eles, deixara de ser apenas a luta de classes, e não lhes satisfazia a existência e rivalidade de grandes partidos políticos. A Grande Recusa de 1968, assim, foi um contundente NÃO: aos partidos oficiais, ao comunismo burocratizado, ao consumo capitalista. E foi a proposição de novos valores para um admirável mundo novo.
O teatro, as artes e a cultura em geral, receberam uma injeção de vitalidade. Tudo parecia expandir-se em criação e expressividade. Alucinógenos e outras viagens, efetuadas on the road pelo planeta, ampliaram os limites da existência-experiência. Mas foram especialmente as liberdades individuais e o contato intercultural que alargaram os horizontes estéticos e comportamentais. Conforme se escrevia nos muros de Paris, em maio de 1968, lutava-se para que a imaginação tomasse o poder, e para que se inventasse uma forma de viver em paz, como cantou John Lennon.
jul 11 2016
Hipertexturas
– Considera-se que a mídia participa decisivamente na configuração de hábitos de comunicação e de significação pela rede. Na busca de novas inteligibilidades sobre esses processos, duas questões orientavam a investigação: (i) Que procedimentos midiáticos foi possível observar na oferta de sentidos à comunicação em comunidade? (ii) Que espaços de significação eram homológicos (e diferentes) nessa enunciação de sentidos pela Internet? As respostas levariam não apenas aos sentidos ofertados, mas também aos procedimentos teórico-metodológicos presentes na enunciação.
– Partiu-se dos seguintes pressupostos: (i) a mídia é um sujeito enunciador e não apenas uma técnica; (ii) imaginários de mundo (da educação, da mídia, da publicidade, outros) encontram-se numa comunidade virtual qualquer e constituem os mundos daquela comunidade; (iii) esses são minimamente compartilhados com os imaginários de outros mundos; (iv) a mídia, ao significá-los, instaura mundos que são digitais.
– A realidade dos mundos digitais está na natureza técnica das imagens exibidas na tela do computador.
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By suzana • Referências •